sexta-feira, julho 31, 2015

Flashback






Dois beijos rápidos no rosto e o terceiro, já na boca. A quem poderiam enganar? As línguas ansiosas saboreavam a saudade latente. Um longo espaço. Os mesmos lábios. Havia o brilho dos olhos. O timbre lambia os poros enquanto as palavras saltavam. Vibrava-se o reencontro. As mãos se entrelaçavam, novamente. Pele conhecida. O sol batia, de leve, na cara e a erva queimada facilitava as respirações. Copo d’água, quarto, música indiana. Nos pés, começava a dança. A boca sorvia os dedinhos. Ela caminhava de forma apressada pelas pernas, coxas e seios. Se deleitava na fonte. Ele lambia todo o terreno. Aguada, escancarada, escorria. Enfiava os dedos. Gemia. Som da água brotando. Mordida no pescoço. Ela tentava abocanhar aquele pedaço de passado. A saliva percorria cada centímetro. As bolas, a cabeça, as mãos, os quereres. A buceta deslizava na parte superior do pau. As pupilas se encontravam. Então, ele, entrava. Quase mergulhava, escorregava. Preenchia. As pernas dela se contraiam, as paredes abraçavam forte. A saudade revirava do avesso. O espelho refletia: ele a conduzir com tamanha destreza. Ela agrupada, encaixada. Oferecia todos os buracos. Ele aceitava. Crava os dentes nos teus braços. Queria comer aquele cheiro familiar. Engolir o gosto específico da intimidade dos antigos amantes. Os dois conjugavam sem dar importância ao tempo verbal. As fotos antigas exibidas sobre a cama. E ao último gozo, eram de verdades que eles se lambuzavam.

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