sexta-feira, dezembro 25, 2009

Eu não tenho medo da dor. A dor está grávida de palavras. E são elas que irão curar o meu aborto prematuro. O meu tiro no escuro. A minha falta de você. Vou ser palavra limpa, lavada pela água do mar. Lacrimejarei cada encontro, cada esperança morta. Até ficar vazia de todas as partes que te pertence. E seguir sozinha por uma Bahia imensa.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Versão Estilista


Cores e texturas. Trançar, costurar e misturar.
Para que o Mundo mude. Para que a cabeça gire.
$$$ 10,00 - fabricação própria- faço escambo

domingo, dezembro 20, 2009

Memórias, restos, passagens. A cidade nos habita, a cidade modifica. Mapas infinitos, redesenhados. Outras imagens, que se sobrepõem às anteriores, que trepam com as posteriores, que amam as subseqüentes. Somos peças de andaime - uma a uma - confundindo os contornos e os traços. Há um deserto formado por vias expressas, monumentos brancos e ipês amarelos. A velocidade diminui a superfície de contato. Sou extrato desse cimento que modifica e empedra meus pedaços de alma.

Engarrafada, enfeitada de luzes, a cidade veste seu colar de brilhantes e rubis. A fumaça dança sobre o meu corpo costurado. Aperto um, dois, três. Há apenas uma fila muda. Os sinais alternam suas cores e alimentam os penosos pardais. Eles medem os passos, sugam o desejo e tiram fotografias. Todas essas setas confundem os meus caminhos. E encaminho as minhas dores por email. Cadê você que não responde minhas letras?

Carros parados, ônibus lotados e pés descalços. A chuva benze todas as peles secas. Da poeta marginal ao engravatado. Os urbanóides procriam expectativas, agarram ilusões e insistem em misturar água e óleo. Meus vôos exigem pousos. Não posso caminhar nesse asfalto quente. Preciso que algo me impulsione para longe do eixo.
Vou encaixotar o futuro. Colocar o embrulho na estante. Ou melhor, trancar no alto do armário. Esquecer as datas, rasgar as agendas. Desenvolver um novo calendário apenas com o mês de fevereiro.
Eu não me dedico às palavras. Sou corpo imbuído de quereres. Sem ética, sem vergonha. Eu me esfrego em você. Implorando migalhas rasas.

sábado, dezembro 05, 2009

Eu te amo. Isso não é uma rima ou um poema. É a verdade estampada no peito que embala as minhas danças solitárias, que me beija a boca nas noites de sábado.