Fica esse gosto seco na garganta. As palavras embolam, as decisões tardam. Não quero partir. Não quero ir embora. Quero mais uma rima, mais dez gozos, mais quatro colheradas. Deveria ser uma louca, que seqüestra, que espanca, que te obriga a decidir por mim. Deveria sim, publicar todos os líquidos escorridos nesses últimos meses.
Acusada por olhares superiores, minha pornografia barata. Deveria estampar a minha dança sobre o teu corpo rígido. Uma, duas, dezenas de vezes. Me derreter sobre teus braços para ganhar a batalha. Ir longe, submersa. Rasgar qualquer fresta descuidada. Você deveria ser meu, irremediavelmente.
É tarde para recomeço ou suicídios. Você invade as minhas palavras. Presa entre as letras, a mulher que não sou. A dor que escondo, o filho abortado. Há pedaços em todas as cidades que se deve partir. Não se preocupe. A tua outra parte, segura e pré-estabelecida, cuidará das tuas tempestades.
E quanto a mim, lembrança tola, sou cidade esquecida.
Acusada por olhares superiores, minha pornografia barata. Deveria estampar a minha dança sobre o teu corpo rígido. Uma, duas, dezenas de vezes. Me derreter sobre teus braços para ganhar a batalha. Ir longe, submersa. Rasgar qualquer fresta descuidada. Você deveria ser meu, irremediavelmente.
É tarde para recomeço ou suicídios. Você invade as minhas palavras. Presa entre as letras, a mulher que não sou. A dor que escondo, o filho abortado. Há pedaços em todas as cidades que se deve partir. Não se preocupe. A tua outra parte, segura e pré-estabelecida, cuidará das tuas tempestades.
E quanto a mim, lembrança tola, sou cidade esquecida.